Com pelo menos 35% de cacau e sem adição de gorduras vegetais, o chocolate belga é considerado um dos melhores do mundo.
Produzido na Bélgica sob rígidos padrões de qualidade, o chocolate belga é um produto muito apreciado pelos brasileiros.
Ele possui alta concentração de cacau e não possui gordura hidrogenada em sua composição. O resultado é um chocolate de sabor intenso, com o amargor característico do cacau e, claro, com uma consistência mais firme, que demora a derreter na boca.
Quer saber o que é chocolate belga e compreender por que ele é tão famoso no mundo todo? Confira mais detalhes sobre essa deliciosa iguaria neste artigo!
Origem do chocolate belga
A Bélgica é reconhecida como produtora de chocolate desde 1635, quando o país ainda era ocupado por espanhóis. Reza a lenda que o chocolate foi levado para a Europa por civilizações da Mesoamérica Antiga, região atualmente ocupada pelo México. Os latino-americanos, aliás, foram os primeiros a transformar cacau em chocolate.
Chocolate é o resultado de um longo processo de refinamento do cacau, fruto do cacaueiro (Theobroma cacao). As sementes da fruta são secas, torradas e moídas. Daí, o licor de cacau e a manteiga de cacau são extraídos. Os diversos tipos de chocolates (chocolate em pó, chocolate amargo, chocolate branco, ao leite, etc.) são determinados pela quantidade de manteiga de cacau, licor de chocolate, assim como pelas quantidades de açúcar, gordura, leite, lecitina (emulsificante) e/ou outros ingredientes que são adicionados.
Entre os anos de 1500 e 1600 o chocolate chegou à Europa, primeiramente na Espanha, pelas mãos de Hernán Cortés. Quase um século depois, a iguaria começou a ser difundida para outros países europeus como França, Suíça e, claro, a Bélgica. Conforme pontuamos anteriormente, a Bélgica produz chocolates finos desde 1635.
Assim, “belga” é uma indicação de origem do chocolate, que para ter esta nomenclatura precisa ser misturado, refinado e “conchado” na Bélgica. O cacau de que é feito qualquer chocolate é produzido em países da África e América do Sul.
Conchagem
A conchagem é um passo fundamental no processo de fabricação do chocolate, no qual o sabor e a textura são refinados através da mistura contínua em temperatura morna.
Mas por que o chocolate belga é tão famoso assim?
O bom chocolate belga possui algumas particularidades que o diferenciam de outros chocolates produzidos ao redor do mundo. Mesmo por franceses e suíços, também considerados experts no assunto.
Uma característica típica do chocolate belga, inclusive, é contar com pelo menos 35% de cacau puro em sua composição.
Essa exigência, aliás, é regulamentada por uma lei do país de 1884, que tinha a finalidade de impedir a adulteração dos componentes da iguaria. De acordo com essa lei, para ser considerado “chocolate”, o confeito deve ter no mínimo 35% de cacau, e não 32% como era o costume. Esse critério foi depois adotado pela diretiva sobre chocolate da União Europeia (Diretiva 36/2000).
Além da alta concentração de cacau, não deve haver a adição de gorduras artificiais, sejam elas vegetais ou animais. Sendo assim, toda a gordura desse chocolate é proveniente do seu ingrediente principal, o cacau.
Outro fato que torna o chocolate belga tão especial é a preservação de sua manufatura tradicional, mesmo em pleno século XXI. Com técnicas produtivas algumas vezes artesanais, os produtores garantem a qualidade do chocolate e potencializam principalmente o seu sabor e textura.
Marcas de chocolate belga
Quem busca saber o que é chocolate belga, certamente procura em um dos chocolates mais famosos do mundo muito mais do que história.
As marcas mais famosas do chocolate belga são as seguintes:
- Neuhaus: fábrica fundada em 1857 por Jean Neuhaus, imigrante suíço e creditado como inventor do primeiro chocolate recheado, o praliné;
- Callebaut: atualmente considerada a maior fábrica de chocolate belga do mundo, com produção anual de 1,5 milhões de toneladas;
- Belcolade: fábrica sediada em Erembodegem, na Bélgica;
- Godiva: presente no mercado desde 1926, Godiva tem mais de 600 lojas de chocolate ao redor do mundo.
Bom saber, no entanto, que existem mais de 2000 pequenos produtores de chocolate no país que cuidam para manter a qualidade e tradição do chocolate belga.
O que fazer com chocolate belga
Graças ao seu sabor intenso, textura firme, pouca adição de açúcares e nenhuma presença de açúcar vegetal, o chocolate belga é muito utilizado em doces gourmets, de alto valor agregado.
Entre as guloseimas que mais utilizam a iguaria, destacam-se:
- Brigadeiros;
- Sorvetes artesanais;
- Brownies;
- Mousses;
- Bolos e tortas;
- Barras e tabletes de chocolate;
- Bombons e trufas para presentes;
- Recheios e muitas outras receitas principais ou sobremesas.
Ao contrário do que se imagina, o chocolate belga não é disponibilizado apenas na versão chocolate amargo ou meio amargo. É possível, inclusive, encontrar o produto nas versões ao leite (mais suave e adocicado) e chocolate branco.
Diferenças entre chocolate belga, chocolate suíço e chocolate nacional
Chocolate belga
O chocolate belga tradicional, como você viu neste artigo, deve ter pelo menos 35% de cacau puro em sua composição, além de menos leite e açúcar. Além disso, não deve ser acrescido de gordura vegetal ou animal, além da própria gordura do cacau.
Graças a essa magnífica composição, o chocolate belga é mais puro, mais denso, mais difícil para derreter e possui coloração mais escura. Vale lembrar também que a produção de chocolate belga é regulamentada por lei.
Chocolate suíço
O chocolate suíço, por sua vez, deve ter pelo menos 30% de cacau puro em sua composição. Apesar dessa exigência, ele possui maior adição de leite e açúcar, ingredientes que deixam o chocolate mais doce e com uma textura mais suave, que derrete na boca com facilidade.
Outro diferencial do chocolate suíço é que ele passa por um processo de fabricação chamado de conchagem, que consiste em misturar, agitar e aerar o chocolate ainda líquido e só depois solidificá-lo para venda.
Assim como o belga, o suíço também faz parte da história do chocolate, mas possui um processo de fabricação menos exigente, que conta, inclusive, com a adição de gordura vegetal para realçar o sabor e prolongar a vida útil da iguaria.
Chocolate nacional
De fato, o chocolate nacional possui menos cacau em sua composição. De acordo com a Resolução RDC N° 264/2005 da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o chocolate brasileiro deve conter pelo menos 25% de cacau ou cacau em pó em sua composição. Já o chocolate branco deve conter, no mínimo, 20% de manteiga de cacau.
Além de conter menos cacau em sua composição, o chocolate nacional ainda tem adição de açúcares, gordura hidrogenada entre outros ingredientes capazes de garantir a maciez e a durabilidade do produto.
Esse conjunto de fatores torna o chocolate brasileiro menos puro e faz com que a iguaria sofra um determinado preconceito nos mercados internos e externos.
Porém, algumas marcas de chocolate nacionais investem em chocolates puros para agradar os paladares de seus clientes mais exigentes e tornar os seus produtos mais competitivos no mercado internacional.
A Kopenhagen, por exemplo, possui linhas de chocolate com 70% de cacau. Enquanto isso, a Cacau Show vai além e disponibiliza no mercado a linha Bendito Cacau, que garante 85% de cacau a cada 100 g do produto.
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